quarta-feira, 7 de agosto de 2013





A FUGA


Ela sentia tanta saudade que já era toda uma.
Por fim já tinha até esquecido o que era.
Não conseguia percebê-la nem descrita em velhas cartas.
Muito menos entendia quando lhe falavam sobre.
Dentro dela, não havia espaço para mais nada.
Ocupava-se com coisas tão insignificantes que até
pareciam importantes.
O necessário foi esquecido e o imprevisto transformou-se rotina.
O que não lhe causava sono despertava tristeza.
Da alegria, ouviu falar ainda quando era criança...
parecia ser tão bonita.
As poucas coisas que conheceu foram o necessário para viver.
Sua alma foi o tempo e o seu coração, ainda, só saudade.
Do quê? Não se sabe.
Os que souberam, são hoje todos...
Saudade.